Cultura Digital ou somente Uso da Tecnologia?

Ter uma cultura organizacional é essencial, fazer parte de uma cultura digital é opcional!

Antes de começarmos a conversar sobre cultura digital, queremos provocar um pensamento: sua escola tem uma cultura organizacional bem definida?

As escolas mantêm o foco total em prover ensino de qualidade, ambiente seguro, estrutura física moderna… mas, isso não é o básico? Afinal, os pais buscam prover a melhor educação aos filhos que, em geral, passa pelos critérios primordiais de escola: 1) ensino de qualidade e; 2) segurança.

E como fazer com que o seu propósito educacional chegue a todas as salas de aula e também às famílias? compartilhando-o!

Antes da pandemia, a realidade das escolas era mais conservadora em relação à tecnologia, mas como já dissemos no artigo A cultura digital chegou às escolas para ficar? a adequação à realidade pandêmica trouxe mudança e inovação, demonstrando, inclusive, a incrível capacidade de adaptação dos educadores, pais e alunos!

Muitas escolas que adotaram o jeito digital de fazer alguns processos acreditam que realmente estão inseridas em uma cultura digital. Consideramos válido o pensamento, uma vez que estão utilizando as mais diversas ferramentas tecnológicas do mercado. Porém, queremos alertar sobre alguns pontos importantes deste caminho: Somos digitais, porque fazemos publicações em redes sociais; enviamos e recebemos mensagens por aplicativo!

Mas, o que queremos lhe fazer pensar é: temos uma cultura organizacional inovadora, que está em busca do que há de mais moderno na educação, inclusive em tecnologias inovadoras?

Adotar uma plataforma digital, seja para aulas online, comunicação com a família ou publicação de conteúdo pedagógico, transporta a sua escola para a era digital sim, mas o que queremos alertar é que a cultura digital deve ir além – ela deve traduzir a maneira com a qual a tecnologia está inserida em seus processos, de que maneira as pessoas estão interagindo, se comunicando e trocando experiências. 

Usar a tecnologia de maneira planejada em acordo com o projeto político pedagógico é fantástico, mas é preciso transmitir aos pais, através da tecnologia e fora dela, seu propósito, seus conceitos, sua rotina e como é transformador o seu jeito de educar!

Por isso, tenha em sua escola um “código de conduta”; um manual que possa orientar a todos sobre as atitudes, comportamentos e valores que sua escola preza. 

Deixe claro o que move você, líder educacional, para que seus colaboradores tenham em mente quais ações são esperadas em situações críticas. 

Ao transmitir a sua cultura organizacional, você poderá deixar a cultura digital ao alcance de todos.  Garantimos que não importará qual o canal escolhido pelos pais para acessar a sua equipe; ao serem contatados todos falarão a mesma língua e utilizarão a mesma narrativa, construindo assim o DNA de sua escola. Esta é a diferença!

Aqui vão três dicas importantes:

1 – Empodere a sua equipe.

2 – Mantenha a comunicação aberta.

3 – Use a tecnologia como ferramenta para lhe trazer conhecimento.

 

“Mudar é difícil, mas é possível.” Paulo Freire

LGPD na Escola. Você sabe como atender à lei?

A Lei No. 13.709 de 14 de agosto de 2018 – Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD) regulamenta os direitos e deveres das empresas e usuários quanto à coleta, guarda e uso de dados pessoais.

 

E o que são os dados pessoais no âmbito da lei? Além dos dados como nome, CPF, RG ou Identidade, telefone, e-mail etc, a LGPD também considera alguns dados pessoais como sensíveis, ou seja, aqueles que podem acarretar em prática discriminatória, como raça, cor, religião, escolaridade, estado civil etc.

 

E por que então a LGPD foi criada? Para garantir que todos os direitos dos donos dos dados sejam respeitados e protege-las o máximo possível de terem seus dados expostos ou utilizados para análises de empresas e/ou grupos de maneira arbitrária e sem o consentimento.

 

As escolas são fonte de dados pessoais e ainda mais de dados sensíveis, uma vez que tratam de relações de desenvolvimento humano como histórico escolar e avaliações de desempenho, bem como outras informações como dados contratuais e bancário.

 

Mesmo que sua escola tenha um tráfego desses dados considerado pequeno, a LGPD vale para todos e pode aplicar sanções em caso de descumprimentos. Por isso, destacamos aqui alguns pontos importantes que sua escola pode fazer para se manter protegida e em acordo com a lei.

 

  • Revisão dos processos da escola que captam e guardam dados: Eleja uma pessoa para fazer esses processos e dê a ela orientações que visem captar esses dados de maneira privada, guardando-os em local seguro e de acesso restrito a outras pessoas da equipe, seja em papel ou em meio eletrônico.

 

  • Acesso aos sistemas da Escola: Tenha controle sobre os acessos de seus colaboradores em todos os sistemas utilizados pela escola que captam e guardam dados pessoais. Cada pessoa deve ter o seu login e senha de acesso e não é seguro que elas compartilhem os mesmos acessos, uma vez que comprometerá a rastreabilidade dos acessos em caso de incidentes.

 

  • Invista e monitore a rede de computadores e o acesso à internet: Periodicamente faça uma análise da sua rede de internet e mantenha os sistemas de segurança sempre atualizado.

 

  • Mantenha os dados guardados na nuvem sempre que possível. Você pode criar uma conta gratuita na Google e ter 15GB para armazenar e-mails, documentos e fotos.

 

  • Monitore o uso de dispositivos de terceiros, divulgue boas práticas para uso de celular, tablets e notebooks, principalmente para aqueles que tiram fotos e gravam vídeos das crianças.

 

  • Quanto aos pais, sempre que houver disponibilidade de conversar, deixe-os a par da LGPD, afinal, nem todos podem ter acesso a Lei, mas é importante que eles saibam que sua escola está atenta, que segue as recomendações e que, inclusive, preza por boas práticas com sua equipe em relação aos dados pessoais deles e de seus filhos.

Como a Agenda Digital Olá, pais! pode te ajudar com a LGPD

1 – Antes de implantarmos a tecnologia, sempre identificamos seus processos e ajustamos a ferramenta ao seu dia-a-dia. Assim, seus processos principais são mantidos e sempre que possível, melhorados.

2 – Você determina quem pode fazer o que na agenda. O perfl dos colaboradores são determinados de acordo com suas responsabilidades na escola. E, se preferir, as informações passam por revisão antes de seguir para os pais.

3 – Todas as informações são armazenadas em nuvem e não ocupam espaço nos dispositivos da escola ou dos colaboradores. Preservamos a segurança dos dos através de acessos pessoais e não compartilháveis, para que cada informação seja guardada de maneira íntegra para histórico e consulta futuras, se necessário.


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O que os pais precisam para se sentirem seguros com a volta às aulas?

Podemos dizer que os últimos dois anos foram os mais desafiadores para a educação no mundo.

A pandemia fez com que as escolas se reinventasse instantaneamente para conseguir planejar, realizar as aulas, atender aos pais, segurar a ansiedade, se proteger, estar com a família, controlar-se emocionalmente …. enfim, tudo para conseguir fazer a educação acontecer.

Com a vacinação avançando e as decisões de reabertura das escolas com 100% dos alunos em muitos estados, o  que os pais precisam para se sentirem seguros e enviarem seus filhos à escola?

A decisão dos pais de enviar ou não seus filhos à escola envolve dentre tantas coisas a sensação de estar ou não fazendo a coisa certa.

É imprescindível que os gestores e educadores mantenham os pais informados de suas ações; de tudo que já foi feito e ainda está sendo construído para que as crianças possam estar seguras no ambiente escolar.

Além dos protocolos já tão divulgados pelas autoridades de Saúde, como a higienização de mãos, distanciamento entre mesas e cadeiras e uso de máscaras, as escolas devem manter outros protocolos, como: 1) uso de máscara de tecido por no máximo 3 horas e de máscara cirúrgica por no máximo 4 horas; 2)  Manutenção de ambientes ventilados; 3) escalonamento no horário de entrada e saída e dos intervalos entre as turmas; 4) medição de temperatura para estudantes e equipe escolar; 5) Restrição do uso das áreas comuns, como bibliotecas, parquinhos, pátios e quadras e; 6) Restrição ao máximo do uso de materiais coletivos, evitando assim o compartilhamento desses materiais.

Algo muito importante é elaborar um planejamento claro e objetivo, dando aos pais a oportunidade de conversarem sobre as ações escolares sempre que desejarem, afinal, a pandemia é algo novo para todos, logo, a contribuição de cada um levará a um plano mais bem elaborado.

Outra ação que pode diminuir a ansiedade dos pais é a informação diária e contínua: divulgação massiva das ações tomadas pela  escola; desde as mais simples, como o distanciamento entre os alunos até as estratégias modificadas para realização das atividades em sala de aula. Isso demonstra como os educadores estão se reinventando no dia-a-dia para que os alunos tenham cada vez mais segurança em estar no ambiente escolar.

Manter os pais perto da escola, mesmo que virtualmente, pode ser um fator decisivo para que eles se sintam confortáveis para enviar seus filhos às aulas presenciais todos os dias, mitigando assim os impactos negativos da mídia diária.

E se a sua escola tem educação infantil, divulgue muitas fotos para os pais! Deixem que eles saibam que seus filhos estão cumprindo todas as regras de segurança, dentre elas o distanciamento social sim,  mas que eles não estão isolados, não!

Volta às aulas durante a pandemia de Covid-19

Após um ano e meio em casa estudando online, sem ter que conviver com a diversidade e com as regras sociais, nossos alunos voltam às aulas.

A pandemia fez com que nossas crianças permanecessem muito tempo restritas ao ambiente de suas casas. E como sabemos cada núcleo familiar acaba tendo seus costumes, suas bases, suas regras e, ainda, diante de uma situação tão atípica como uma crise mundial na saúde, cada família se adaptou como pode, afinal, muitas tiveram que dar conta do trabalho, da casa e dos filhos.

Nesse processo de adaptação em prol da educação das crianças, algumas famílias levaram as regras da escola para dentro de casa, já outras, optaram por não serem rígidas dada a situação, então, deixaram a criançada solta fazendo o que fosse mais prazeroso.

Sem sombra de dúvida todas as famílias fizeram e, ainda estão fazendo, o melhor que está ao seu alcance para a educação de seus filhos, mas qual o impacto dessas decisões na vida escolar dos alunos?

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Estudiosos divergem sobre os impactos da pandemia nas crianças, alguns dizem que haverá consequências negativas, como ansiedade e estresse emocional e outros, já mais otimistas, alegam que essa geração de crianças poderá desenvolver mais afetividade e capacidade adaptativa às adversidades da vida.

Por toda a situação vivida nos últimos tempos, o que sabemos é que neste retorno às aulas presenciais, nossos educadores tem agora uma tarefa adicional à educação: Entender como cada criança está voltando à escola: Alguns super felizes por reverem seus amigos, falantes e animados por compartilhar novas histórias e vivências e outros com medo da pandemia ainda, inseguros, ansiosos e cheios de dúvidas quanto a situação que estão vivendo, tentando se encaixar de novo nesse ambiente escolar.

O que podemos dizer é que a escola com certeza será o lugar de acolhimento, entendimento e trabalho e que nossos educadores contribuirão significativamente para que nossas crianças possam sair dessa pandemia mais fortes!

Qual o lugar do corpo na escola?

Será sentado atrás de carteiras enfileiradas? Será que conter a vivacidade da criança é o mais indicado para seu desenvolvimento? Como permitir que a criança possa, desde pequena, desenvolver seu potencial expressivo?

O ser humano para seu desenvolvimento mais equilibrado precisa ser considerado como alguém que pensa, sente, se movimenta, e está vinculado a seu meio sociocultural, o que significa ser considerado em sua corporeidade. O movimento é visto, na maioria das vezes, como se atrapalhasse o desenvolvimento e a aprendizagem da criança, ideia totalmente falsa, mais que isso, uma ideia absurda, uma vez que o movimento é condição fundamental para a construção do conhecimento pela criança, no processo de conhecer a si mesma e se diferenciar do outro, enfim, de sua constituição como sujeito.

O desenvolvimento da criança implica consciência e conhecimento progressivo e cada vez mais profundo do próprio corpo. A criança é o seu corpo e a criança é movimento. Até que a criança tenha adquirido a linguagem verbal de forma mais ampla, é a motricidade o que lhe permite atender suas necessidades básicas, expressar emoções e criar relações. E é desta forma que ela se desenvolve e constrói aos poucos a sua personalidade. A motricidade é o que permite a interação entre o seu movimento interno e o externo, é o que permite que a criança estabeleça relações com seu grupo social (família, escola, amiguinhos da pracinha, da natação, etc).

É através do corpo, do movimento e dos sentidos que a criança percebe o mundo que a cerca, com ele interage e o transforma. O que é experienciado é imediatamente assimilado, o que é vivido é mais facilmente apreendido e aprendido. No entanto, à criança tem sido, com frequência, imposta uma imobilidade que contraria suas necessidades fundamentais, e atividades pouco ou nada significativas para sua experiência pessoal que, muitas vezes, seguem rotinas rígidas e repetitivas que não possibilitam o desenvolvimento de sua autonomia e expressividade.

Os espaços são inadequados, especialmente na educação infantil, em geral, ocupados por mesinhas e cadeiras, que tolhem as atividades físicas da criança, reduzem seu campo de experiências e reprimem a expressão natural de suas emoções. Se lhe são oferecidos movimentos reduzidos e rígidos, repetitivos e imitados, suas sensações e sua vivacidade vão sendo entorpecidas, o que tenderá a gerar desajeitamento e desconfiança, que poderão permanecer na juventude e idade adulta. O psicopedagogo e psicomotricista Vítor da Fonseca observa que muitas “epidemias escolares” como dislexias, disgrafias e discalculias põem em questão os métodos de aprendizagem, afirmando que mobilidade e inteligência são inseparáveis, uma vez que o pensamento se estrutura por meio do movimento.

Há anos atrás, fazia parte da infância brincar na rua, correr, ter contato com espaços amplos. Hoje, infelizmente, por motivos incontestáveis como a insegurança, isso não acontece da mesma forma, o que é mais uma razão para estarmos atentos a esse aspecto. O corpo tem permanecido muitas horas imóvel diante das telas de TV, computadores e celulares, questão esta que não cabe aprofundar neste momento, mas que merece atenção redobrada.

As muitas pesquisas que desenvolvi e orientei de mestrado, doutorado, iniciação científica e trabalhos de conclusão de curso (TCC) e outras tantas que li, além do acompanhamento de estágios, mostram que o controle corporal é muito mais comum do que imaginamos, e que é preciso insistir nessa questão, pois as crianças de hoje serão os adultos de amanhã. E é mais que desejável que se tornem adultos que, além de usarem a cabeça, saibam lidar com suas emoções e com seu corpo, enfim, que sejam pessoas felizes consigo mesmas e que saibam se relacionar adequadamente, o que percebemos ser uma carência do nosso mundo.

A escola é um espaço privilegiado para o movimento, as relações e o desenvolvimento. Existem muitas possibilidades de movimento e podemos escolher o que mais se adeque ao local e ao momento. E movimento não significa necessariamente desordem ou indisciplina, podem ser jogos cantados, representações, brincadeiras e muitas outras possibilidades. Mais adiante, vamos falar um pouco mais do significado e da importância de considerar a corporeidade na escola e como esta visão integrativa ajuda nossos pequenos a se tornarem pessoas mais inteiras.

Nosso blog se transformou em livro…

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